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Reflexão sobre o Ideal Feminino: Uma Análise da Palestra de Lúcia Helena Galvão - parte I

Nota Editorial: neste post, apresento um resumo do vídeo “Ideal Feminino”, que que é conteúdo que pertence ao canal do Youtube da Instituição "Nova Acrópole". A "Nova Acrópole" é uma instituição que admiro profundamente pelo seu trabalho em filosofia e desenvolvimento pessoal, oferece conteúdos valiosos e esclarecedores. Através deste resumo, procuro compartilhar de forma acessível as principais ideias discutidas no vídeo. Agradeço à Nova Acrópole pelo seu empenho em disseminar conhecimento e promover a reflexão, bem como, à Professora Lúcia Helena Galvão, pela generosidade e encanto que deixa por onde passa.



O conceito de ideal feminino, abordado na palestra, é apresentado como um tema de grande relevância. O Dia Internacional da Mulher frequentemente é marcado por discussões que comparam os homens e as mulheres, explorando aspectos sociais, históricos e culturais, mas muitas vezes deixando de lado a dimensão psicológica. A questão central levantada é se as mulheres estão realmente mais felizes e realizadas atualmente ou se apenas mudaram o tipo de infelicidade que enfrentam.


Historicamente, há uma tendência de radicalizar em uma direção e depois compensar com uma radicalização oposta, sem alcançar um equilíbrio verdadeiro. Um exemplo notável é a promessa de Augusto Comte, no século XIX, de que a ciência resolveria todos os problemas da humanidade em 100 anos. Mais de 100 anos depois, a ciência não conseguiu cumprir essa promessa e novos problemas surgiram. Esta falha também é visível nos movimentos feministas, onde a realização feminina não se resume a uma maior faixa salarial ou a uma maior inserção no mercado de trabalho.


A abordagem psicanalítica frequentemente analisa como fatores biológicos, como hormónios, influenciam o comportamento. No entanto, embora esses fatores desempenhem um papel, eles não determinam o comportamento humano, que pode ser moldado pela vontade e pela inteligência. O ideal feminino não se baseia apenas nos fatores biológicos, mas também no plano das ideias. O ser humano é influenciado tanto por fenômenos físicos quanto espirituais. Assim como um objeto é aperfeiçoado para se alinhar a um ideal, o ser humano deve buscar um ideal mais profundo, que vai além das condições hormonais.


Além disso, o ideal feminino é associado ao plano das ideias, uma noção proposta por Platão, que sugeria que as ideias precedem a manifestação concreta. O ser humano busca constantemente a perfeição, similar à forma como um objeto tenta se aproximar de um ideal. No entanto, o aperfeiçoamento humano não avança com a mesma rapidez que o progresso tecnológico.


O universo, sendo essencialmente dual, pode ser reduzido a uma dualidade primordial, como o yin e o yang. O objetivo é harmonizar essas polaridades para alcançar unidade e sabedoria. O ideal feminino é visto como uma aplicação particular dessa dualidade universal. As polaridades não são hierárquicas, mas sim complementares, e sua harmonização gera movimento e evolução.



A polaridade yin, associada ao feminino, é conservadora e fixa um centro, proporcionando estabilidade e continuidade. Um exemplo é a espiral, que representa a evolução mantendo um centro fixo enquanto avança. O ideal feminino também é refletido historicamente, como nas vestais de Roma, que representavam a conservação do fogo sagrado, essencial para a civilização.

Este ideal feminino é sobre conservar e dar vida ao centro, uma metáfora para o papel feminino na manutenção da identidade e continuidade. A perda dessa identidade pode levar à mecanicidade e repetição, tornando crucial manter o contato com o "fogo" interno para a evolução e realização. A compreensão e valorização dessas polaridades são essenciais para a harmonia e evolução tanto a nível pessoal quanto societal.

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