Os mitos na Terapia de Casal

Existem muitos equívocos sobre a terapia de casais:

1 - "A terapia de casais é o melhor remédio para todos os problemas conjugais."

A terapia de casal não é uma solução milagrosa para problemas conjugais, mas para alguns pode ser o remédio mais adequado;

2 - "A terapia de casal salva casamentos".

Ela não tem esse poder e não deve reivindicá-lo. No entanto, pode ajudar a transformar o casamento em um relacionamento mais satisfatório e saudável;

3 - "A terapia de casal liberta o casal do sofrimento."

Um processo terapêutico não pode impedir que os parceiros sofram com seus problemas ou tentem resolvê-los. No entanto, a terapia pode ajudá-los a superar o sofrimento, aprender com ele e seguir em frente;

4 - "A terapia de casal leva à separação."

Embora seja bastante comum que os casais se separem após a terapia, é uma falácia culpar a terapia pela separação. Geralmente, isso acontece quando casais já pretendiam divorciar-se, quando já estavam separados mas não sabiam disso, ou mesmo quando reconhecem a separação como a melhor opção para sua situação após a terapia;

5 - "A terapia de casal garante as mudanças nos parceiros."

Supõe-se que o terapeuta é o juiz que determina quem está certo e quem deve ser corrigido. Ninguém tem o poder de mudar ninguém, a mudança é um processo privado e requer esforço e dedicação pessoal;

6 - "Terapia de casal é a intromissão de um estranho na relação a dois."

Essa crença de que os problemas do casal só devem ser resolvidos pelo próprio casal é antiga e muitas vezes encoberta: a real dificuldade das pessoas está em pedir e receber ajuda, o desconhecimento dos parceiros e a rigidez em não considerar os graves danos que um relacionamento doentio pode causar à sua vida e saúde e o medo que eles têm de expor suas feridas e de fazer mudanças. Como terceiro elemento na relação, o terapeuta poderá abrir outras perspectivas para que compreendam os seus desafios e problemas, criando novas alternativas para lidar com eles. Isso poderá ajudá-los a quebrar o círculo vicioso em que estão presos, introduzindo o "novo" no relacionamento como um fator de saúde.

A terapia de casal deve ser uma oportunidade para o casal partilhar as suas dificuldades e necessidades perante a supervisão do terapeuta. O terapeuta conduz as sessões e permite que os parceiros expressem legitimamente os seus pontos de vista e negociem respeitosamente as suas diferenças.

O terapeuta não é o juiz que julga que pune o culpado e favorece a vítima. O seu papel é ouvir com atenção o casal, reconhecer a legitimidade da dor de cada um, criar oportunidades para uma conversa respeitosa e conseguir superar os impasses que os mantêm em uma relação de desarmonia.